O futebol é conhecido hoje como o “esporte das multidões”, capaz de unir pessoas ao redor do mundo e despertar paixões intensas. Esse esporte, porém, nem sempre teve a imagem de jogo amistoso que mantém hoje.
No passado, o futebol era considerado violento, tanto que sua prática foi proibida em diversas épocas e lugares. Sua história revela um esporte que, ao longo do tempo, precisou de adaptações e regras para se tornar mais seguro e menos agressivo.
Aqui no Rota, vamos presentar o lado menos conhecido do futebol, abordando como ele evoluiu de um jogo perigoso e até brutal para o que conhecemos atualmente.
A origem brutal do futebol
O futebol, tal como conhecemos, surgiu na Inglaterra no século XIX, mas práticas semelhantes existiam há séculos em diversas culturas. O “cuju” na China antiga e o “calcio storico” na Itália renascentista são apenas alguns exemplos. Entretanto, o futebol praticado na Idade Média europeia era bem diferente. Durante esse período, o esporte envolvia grande violência, com poucas ou quase nenhuma regra que regulasse as ações dos jogadores.
As partidas eram, em sua maioria, desordenadas e agressivas. Em muitas delas, as equipes eram formadas por aldeões inteiros que se enfrentavam, resultando em um verdadeiro caos.
Esses jogos envolviam disputas físicas intensas e, frequentemente, terminavam com feridos e até mortes. O objetivo era marcar o gol, mas, para isso, valia quase tudo: empurrões, socos e até golpes de bastão faziam parte do repertório dos jogadores. A bola, muitas vezes, era feita de bexigas de animais ou até crânios, o que reforça o caráter bruto das partidas.
Proibições e tentativas de controle
O futebol medieval era tão violento que várias autoridades tentaram bani-lo. Na Inglaterra, por exemplo, o rei Eduardo II proibiu o jogo em 1314, alegando que ele desviava os homens da prática do arco e flecha, essencial para a defesa militar do país. Nas palavras do rei, o jogo era “ruidoso e propenso à desordem”, e ele temia que isso incentivasse o caos nas ruas.
Outros monarcas, como Henrique IV e Henrique VIII, seguiram com proibições semelhantes, principalmente devido à preocupação com as lesões e a indisciplina associada ao futebol. Além disso, as frequentes brigas e tumultos preocupavam as autoridades locais, que viam no esporte uma ameaça à ordem pública. Vale lembrar que o futebol medieval era jogado em vias públicas, sem delimitações precisas de campo, o que aumentava o risco de envolver espectadores e gerar confusões.
No entanto, apesar das tentativas de proibição, o futebol continuou sendo praticado de forma clandestina, especialmente nas áreas rurais. As proibições não conseguiram impedir totalmente a prática do esporte, mas evidenciaram a necessidade de regulamentação para reduzir os episódios de violência.
O surgimento das regras e o início da moderação
Com o tempo, a popularidade do futebol cresceu e ele passou a ser jogado em escolas e universidades, onde começou a se desenvolver um ambiente mais controlado. Nesse contexto, surgiu a necessidade de estabelecer regras para padronizar e civilizar o jogo. No século XIX, diversas escolas inglesas começaram a adotar suas próprias normas, o que resultou em uma variedade de estilos e interpretações do futebol.
Foi apenas em 1863 que a Football Association (FA) foi criada em Londres, dando origem às primeiras regras unificadas do futebol. A FA buscava transformar o esporte em uma atividade mais organizada e menos violenta, reduzindo os elementos que poderiam causar ferimentos graves.
Entre as medidas tomadas estavam a proibição do uso das mãos, do chute nas canelas e de ações consideradas brutais, como socos e empurrões. Essas novas regras permitiram que o futebol fosse jogado de forma mais segura, tornando-o gradualmente mais aceitável perante a sociedade.
O futebol profissional e a segurança dos jogadores
Com a regulamentação do futebol e o aumento de sua popularidade, o esporte evoluiu para uma prática mais profissional. Nos anos seguintes à criação da FA, clubes começaram a ser formados e competições oficiais foram organizadas. Isso não só atraiu mais jogadores e espectadores, mas também trouxe mais recursos financeiros, o que possibilitou a melhoria das condições de jogo.
A profissionalização do futebol exigiu que os clubes zelassem pela segurança dos jogadores, investindo em treinamentos e capacitações. Além disso, os árbitros passaram a ter um papel mais relevante, assegurando que as regras fossem cumpridas e coibindo atitudes violentas. As lesões ainda ocorriam, mas a aplicação rigorosa das regras e o desenvolvimento de um código de conduta esportiva contribuíram para diminuir a frequência de incidentes mais graves.
Mudanças nas regras ao longo dos anos
As regras do futebol continuaram evoluindo ao longo dos anos para tornar o jogo mais seguro. Nos anos 1900, a introdução do cartão amarelo e vermelho trouxe uma ferramenta eficaz para disciplinar os jogadores. Com esses cartões, os árbitros passaram a ter poder para advertir ou expulsar jogadores que cometessem infrações graves ou atos violentos em campo.
Outra inovação importante foi a proibição do uso de chuteiras com travas de metal afiado, que podiam causar ferimentos sérios. A padronização dos materiais utilizados nos equipamentos, como chuteiras, meias e caneleiras, também ajudou a proteger os jogadores contra lesões. Além disso, as bolas, antes feitas de couro pesado que absorvia água, foram substituídas por materiais mais leves e seguros.
O futebol moderno tem regras claras para o contato físico, como o limite para desarmes e o impedimento de entradas agressivas. Os goleiros também ganharam mais proteção, e faltas contra eles são rigorosamente punidas. Com isso, o esporte se tornou muito menos perigoso do que em seus primórdios.
A cultura da não-violência no futebol
A violência no futebol não foi eliminada por completo, mas, hoje, existe uma cultura de não-violência e respeito entre os jogadores e árbitros. As federações de futebol promovem campanhas de conscientização contra a violência, tanto dentro quanto fora dos campos. Clubes, jogadores e árbitros trabalham juntos para criar um ambiente seguro para todos.
Essa cultura de respeito reflete também no comportamento dos torcedores, que são incentivados a apoiar seus times de forma pacífica. A FIFA, entidade máxima do futebol mundial, promove campanhas de fair play e atua com rigor contra atitudes violentas, como racismo, xenofobia e homofobia. Além disso, os próprios jogadores são modelos para a sociedade, e comportamentos antidesportivos são rapidamente condenados pela mídia e pela opinião pública.
Futebol e saúde física e mental
Hoje, o futebol é visto como uma prática benéfica para a saúde física e mental dos atletas. Ele melhora o condicionamento físico, fortalece o sistema cardiovascular e ajuda no controle de peso. Além disso, o esporte promove o trabalho em equipe e a disciplina, além de ajudar na gestão do estresse.
Para os jovens, o futebol é uma excelente forma de aprendizado e desenvolvimento pessoal. Eles aprendem a respeitar as regras, trabalhar em equipe e lidar com vitórias e derrotas.
Esse aspecto do esporte vai muito além da prática física, contribuindo para a formação do caráter e do autocontrole. Em outras palavras, o futebol passou de um jogo violento e desorganizado para um esporte que promove valores positivos e saudáveis.
O futebol já foi considerado um esporte violento, com uma história marcada por proibições e polêmicas. No entanto, ao longo dos anos, ele passou por uma série de transformações que o tornaram mais seguro e civilizado. As regras implementadas, o papel dos árbitros e a conscientização dos jogadores foram fundamentais para construir o esporte que conhecemos hoje.
Hoje, o futebol é mais do que apenas um jogo: é um símbolo de união, competição saudável e disciplina. O que antes era visto como uma prática caótica e perigosa é, agora, um dos esportes mais admirados e praticados em todo o mundo.
Embora os desafios para manter a segurança no esporte continuem, a evolução do futebol mostra como as mudanças positivas podem transformar uma prática em algo inspirador.
É dessa forma que o Futebol se tornou o queridinho ao redor do globo, é muito difícil achar alguém que diga que não goste de futebol, agora faz o seguinte compartilhe esse conteúdo com seus amigos.