O café é uma das bebidas mais populares do mundo, sendo consumido diariamente por milhões de pessoas. Apesar de sua popularidade, muitos desconhecem o processo completo envolvido na produção dessa bebida, que vai desde o cultivo do grão até o momento em que ele é servido.
Vamos conhecer cada etapa de produção do café, explicando de forma clara e simples como ele é feito. Ao entender o processo por trás do café, podemos valorizar ainda mais essa bebida tão presente em nossa rotina. O cafezinho não pode faltar na nossa mesa, ele é essencial para ter um dia mais motivado, com energia.
O cultivo do café
O primeiro passo na produção do café é o cultivo do grão. O café é originário da planta Coffea, um arbusto que cresce em regiões tropicais, principalmente em países da América do Sul, África e Ásia. Para o cultivo do café, é necessário um clima quente e úmido, com temperaturas médias entre 18°C e 25°C, além de uma altitude adequada para a produção de grãos de alta qualidade.
Existem duas principais espécies de café cultivadas: o Coffea arabica e o Coffea canephora, mais conhecido como robusta. A espécie arábica é considerada de melhor qualidade, sendo mais suave e aromática, enquanto o robusta é mais resistente e possui um sabor mais forte e amargo.
Após o plantio, a planta do café demora entre três a quatro anos para começar a produzir frutos. Esses frutos são pequenas cerejas, que passam por diversas etapas até se tornarem o grão de café que conhecemos.
A colheita dos grãos
Quando os frutos do café amadurecem, adquirindo uma coloração vermelha ou amarelada, é hora de realizar a colheita. Essa etapa é crucial para garantir a qualidade do café, pois a colheita precisa ser feita no momento certo, evitando tanto a colheita de frutos verdes quanto os que já passaram do ponto.
Existem dois métodos principais de colheita: manual e mecanizada. Na colheita manual, trabalhadores recolhem apenas as cerejas maduras, o que resulta em um café de qualidade superior. Esse processo é mais demorado e costuma ser utilizado em regiões montanhosas, onde as máquinas não conseguem operar. Já na colheita mecanizada, as máquinas sacodem os pés de café, retirando tanto os frutos maduros quanto os verdes. Nesse caso, é necessário um processo de seleção posterior para separar os grãos de boa qualidade.
O beneficiamento do café
Após a colheita, as cerejas do café precisam passar pelo beneficiamento, um processo que separa o grão da polpa do fruto. Existem duas formas principais de beneficiamento: o método seco e o método úmido.
No beneficiamento seco, as cerejas colhidas são espalhadas em grandes terreiros e deixadas para secar ao sol por várias semanas. Durante esse período, os frutos são revolvidos regularmente para garantir uma secagem uniforme. Após a secagem, os grãos são retirados da casca seca e estão prontos para a próxima etapa.
Já no beneficiamento úmido, os frutos passam por um processo de lavagem e descascamento logo após a colheita. A polpa é removida e os grãos são fermentados em água por até 36 horas, o que ajuda a realçar o sabor do café. Após a fermentação, os grãos são lavados e secos ao sol ou em secadores mecânicos.
O método úmido é considerado mais sofisticado e geralmente resulta em um café de qualidade superior, mas também é mais caro e requer mais recursos.
A secagem dos grãos
A secagem dos grãos é uma das etapas mais importantes do processo de produção do café, pois afeta diretamente o sabor final da bebida. Durante a secagem, é essencial controlar o tempo e a temperatura, evitando que os grãos fiquem excessivamente secos ou úmidos, o que pode prejudicar o sabor.
Os grãos são espalhados em grandes áreas, conhecidas como terreiros, onde são expostos ao sol e virados periodicamente para garantir uma secagem uniforme. Em regiões onde o clima não permite uma secagem natural eficaz, são utilizados secadores mecânicos que aceleram o processo.
O objetivo da secagem é reduzir a umidade dos grãos para cerca de 10 a 12%, o que os prepara para a próxima etapa: a torrefação.
A torra do café
A torra é o processo que transforma o grão de café cru no grão marrom que conhecemos. Durante a torrefação, os grãos são aquecidos em temperaturas que variam entre 180°C e 250°C, o que provoca uma série de reações químicas que desenvolvem o aroma e o sabor do café.
O tempo e a temperatura da torra podem variar de acordo com o tipo de café que se deseja produzir. Uma torra leve resulta em um café mais ácido e com sabores frutados, enquanto uma torra mais escura produz uma bebida com sabor mais forte e encorpado. A escolha do ponto de torra depende das preferências dos consumidores e das características dos grãos.
Vale ressaltar que o café deve ser torrado em pequenas quantidades para garantir sua qualidade. Além disso, o processo de torrefação deve ser feito com cuidado, pois, se o grão for queimado, ele perde boa parte de seu sabor.
A noagem do café
Após a torrefação, o próximo passo é a moagem. O café pode ser moído em diferentes granulometrias, dependendo da forma como será preparado. Para quem utiliza cafeteiras elétricas, o café moído deve ser fino. Já para métodos como a prensa francesa, a moagem deve ser mais grossa.
É importante moer o café apenas pouco antes de preparar a bebida, pois, depois de moído, o café perde rapidamente seu aroma e sabor. Por isso, muitos apreciadores preferem comprar grãos inteiros e moê-los em casa, garantindo um café fresco a cada preparo.
O preparo do café
Chegamos à última etapa: o preparo da bebida. Existem diversas formas de preparar o café, e cada método pode ressaltar diferentes características do grão. Alguns dos métodos mais populares incluem:
1. Coador de Papel: Um dos métodos mais tradicionais no Brasil, o café é preparado com água quente que passa lentamente pelo pó de café contido em um filtro de papel, extraindo os sabores do grão.
2. Prensa Francesa: Nesse método, o café moído é misturado diretamente à água quente. Após alguns minutos de infusão, um êmbolo é pressionado, separando o pó da bebida.
3. Cafeteira Italiana (Moka): Nesse método, a água é aquecida em uma câmara inferior, que gera vapor e força a água a passar pelo café moído, criando uma bebida concentrada e encorpada.
4. Espresso: O café espresso é preparado ao passar água quente sob alta pressão pelos grãos moídos. É o método mais utilizado em cafeterias e resulta em um café mais denso e saboroso.
O papel do café na sociedade
O café não é apenas uma bebida; ele desempenha um papel social importante em várias culturas ao redor do mundo. No Brasil, por exemplo, é comum receber visitas em casa com um cafezinho, sendo um símbolo de hospitalidade. Em outros países, como a Itália, o café espresso é parte do dia a dia e serve como um momento de pausa e reflexão.
Além disso, o café é uma importante commodity global, sendo uma das principais fontes de renda de muitos países em desenvolvimento. O Brasil, por exemplo, é o maior produtor de café do mundo, e milhões de pessoas dependem dessa cultura para seu sustento.
Produzir café é um processo longo e detalhado que envolve diversas etapas, desde o cultivo dos grãos até o preparo da bebida. Cada uma dessas fases contribui para o sabor, o aroma e a qualidade final do café que tanto apreciamos.
Nós do Rota do conhecimento agradamos de ter você por aqui aprendendo mais sobre café essa bebida tão gostosa e tradicional em vários lugares.
Ao entender como o café é feito, podemos valorizar ainda mais essa bebida e reconhecer o trabalho de milhares de produtores ao redor do mundo. Portanto, da próxima vez que você saborear uma xícara de café, lembre-se de todo o processo por trás dela e aprecie cada gole com gratidão.